Proposta MUNDO 3 – dia 11/junho/2018
"Após refletirmos sobre possíveis conexões entre os 3 mundos, Olívia viu mais
sentido em realizar sua proposta junto ao mundo 2, especialmente pela proximidade
com as propostas de Pedro e Monica. Portanto, ficamos eu e Clarissa no mundo 3. Se
esta sequência se mantiver, nós finalizaremos o processo. Assim, retomo as nossas
propostas.
Ato I – desmoronar/reconstruir
condução: Maira
espaço: estação Sumaré do Metrô.
questões norteadoras: Como reajo frente a um obstáculo inexorável? Como sobreviver
a um contundente golpe? Como ressurgir/reconstruir após esse evento?
Participantes: todos
Ação: No entorno da estação Sumaré (calçada da rua Oscar Freire), o objetivo é
realizar a travessia para o outro lado, utilizando em torno de 15 minutos (pela
passagem de pedestres e subir por dentro da estação até alcançar o outro lado da av.
Dr. Arnaldo): caminhando, correndo e/ou dançando. A ideia é intensificar as
quedas/recuperações e poder dançar e correr, além de caminhar. Ter em mente as
questões orientadoras (como caio/desmonto? Como me levanto? O que me ajuda a
prosseguir?) e a regra balizadora: deparar-se com alguém no sentido oposto ao meu
me faz cair/pausar/quebrar. Mas cada um também pode eleger um obstáculo
(objetivo, material ou interno) que te faz cair. Quando alguém cai (frente a um
obstáculo) todos caem também.
ATO II - RECONSTRUIR - apropriação poética; do viaduto Sumaré
condução: Clarissa
espaço: estação Sumaré do metrô e calçada do viaduto (se essa ordenação dos
“mundos” for mantida). Gostaria de ocupar este lugar com corpos dançantes e com as
palavras que surgirem de nossos corpos a partir destas vivências.
Participantes: todos
movimento 1 - 02 minutos
no início, todos juntos e próximos, num trecho da calçada do viaduto. Caminhamos no
espaço como uma pequena multidão;. retomar o jogo dos desvios: meus pés me levam - mas a cada momento que encontro alguém, eles mudam de direção. sempre desvio, sempre, sempre. a cada encontro, um desvio. Um nó de pessoas. desvãos.
movimento 2 - 04 minutos
para onde a cidade me leva? estou no alto do viaduto, no meio de um grande vale -
voando, a cidade me faz flutuar no alto de um vale. meu corpo é voo do viaduto e é
peso acima do vale.
A partir de um sinal, libera-se o uso do espaço de toda a calçada do viaduto, e então é
o corpo de articulações que manda;... Quando eu encontro alguém, minhas
articulações tomam o rumo que elas quiserem. minhas articulações ganham vida
própria assim que encontro outro corpo. posso mudar de plano, cair, continuar
caminhando, dobrar, abraçar, correr... o que as articulações mandarem!
movimento 3 - 09 minutos
A poesia e a cidade. Serão falados em voz alta trechos de textos, palavras, frases - para
a cidade, para o grupo, em meio a vocês.
Aos poucos, quem quiser pode falar/gritar/sussurrar, repetindo partes ou trechos
dessas mesmas frases, ou outras que venham na cabeça. Se vier a vontade de trazer
uma frase, texto ou palavra a partir do corpo lance-a!! Buscar se conectar com o
grupo, ouvir o que os outros estão fazendo/dizendo, mesmo quando as frases
acontecerem simultaneamente.
Tentando compor, com o grupo, um só corpo de poesia-dança-urbana. Usufruir deste
local, deste espaço, dessa possibilidade.
Observações que Clarissa acrescentou para o dia 11/06:
“não me importo muito em que lugar da ordem geral dos mundos ela vai se encaixar, mas senti muita conexão com a proposta da Maira e gostaria, se possível, de emendar a minha proposta na dela de uma maneira orgânica, seguindo no mesmo estado
corporal das quedas, mas acrescentando questões de palavra e composição de grupo.
- gostaria, no meu percurso, de não ficar apenas no viaduto, mas de transitar em
algum momento para um lugar mais silencioso. (ordem esta que poderia tb ser
invertida, de um lugar silencioso para chegar viaduto, por mim tanto faz), pois gostaria
amanha de experimentar a fala também em meio ao silencio, não apenas no caos da
avenida. Estou aberta para as possibilidades de lugar que mais de adequarem ao
percurso do grupo, pode tanto ser na passagem da rampa do metro, na pracinha ao
lado do ponto de taxi da dr. Arnaldo, ou mesmo outros lugares, como nas ruas do
bairro...
- minha proposta é experimentar novamente a questão das falas, e para isso peço que
cada um, se for possível, encontre um minutinho para retomar alguma fala surgida ao
longo do processo que vivemos nos últimos módulos. Relembro especialmente o dia
em que fizemos uma deriva dentro da sala, em que todos nos colocamos coisas bem
legais através da fala. Se for possível, meu pedido seria de, quem quiser, retomar algo
das falas daquele dia. Os vídeos que temos podem ajudar bastante, ou as anotações de
cada um. Foram ditas coisas muito preciosas naquele dia, e acho seria legal
resgatarmos algo daquelas falas. Quem conseguir ter este momento, peço que leve um
trecho (o que mais está presente e vivo em si) para usarmos amanhã. Pode ser por
escrito ou apenas na lembrança, como ambiente de um discurso relacionado à
cidade, às derivas. Claro que se alguém absolutamente não se sentir mais conectado
com aquilo, pode também buscar em outros lugares e vivências coisas que ficaram
marcadas no âmbito da fala, em relação à tudo o que temos feito. Pode ser algo
recente ou antigo, mas que se relacione com a vivencia da deriva, com a cidade, com o
corpo na cidade. A ideia é trazer consigo (escrito na memória, no papel, no coração...)
um trecho, um extrato de palavras, um ambiente de voz / som que vocês tenham
vontade de dizer (para o grupo, para a cidade, para o corpo...) ao longo do percurso
pela cidade.”
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