Encontro dia 26.03
procedimento inicial
condução da Estela - respiração - que trouxe aterramento, densidade, inteireza.
lado A | meio | lado B
lado A - o sample voltou através de seu deslocamento, mas dessa vez esse era ainda mais rasteiro, cego, amorfo, denso, contínuo e ininterrupto. As barreiras eram somente desvios, que não interrompiam a procura cega, sem cabeça e rastejante.
lado B - extratos rápidos e violentos da movimentação do sample.
meio - na maioria das passagens um andar cotidiano que de nenhuma forma provocava descontinuidade nos dois lados. Ambos eram sample, só que com dinâmicas e razões específicas.
sample em deriva
Algo mudou em relação à saída para rua do encontro passado. A percepção do espaço urbano, que antes se deu pelas construções, edifícios, muros e grades, tinha com o sample agora outra concretude. O espaço urbano era construído especialmente pela luz amarela urbana e sombras decorrentes dela. Sombras dos postes, das árvores, dos carros, do lixo, do cone. Luz e sombra eram o mapa para o deslocamento do sample. As sombras sempre mais acolhedoras ao sample do que a luz, por onde o deslocamento era rápido e desconfortável. O rasteiro foi aparecendo no final do tempo estipulado, nas sombras, em tempos mais lentos, em pausas e encaixes precisos.
PERGUNTAS
1. o que provoca o desvio?
Tudo gera desvio: procedimentos, contextos, texturas, temperaturas, luminosidades.
Desvio no sentido de aprofundamento, de densidade, de lugares não previstos.
Tudo É.
O sulco está feito.
Por mais que o caminho encontre outros ramos, acabará naquela direção.
2. o que provoca a permanência?
A verdade absoluta para aquele momento, seja um estado, uma movimentação, um lugar.
3. o que possibilita trânsito entre corpo cotidiano / sample?
A certeza de que fazem parte do mesmo corpo, do mesmo todo.
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