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Que meu corpo se manifeste!

MANIFESTO TRANSE EM TRÓPICO


Quem está fora de mim que comanda o meu desejo? Há para quem possa pedir para viver, morrer, amar, cagar menos ou mais? Para quem peço permissão para xingar, cuspir, caminhar, ser feliz?! Quem é o árbitro que media entre o que está fora e o que está dentro de meu pensamento e ações?! Quando não há essa possibilidade de diálogo entre o fora e o dentro com quem eu converso?! Me definho e finjo que não amo e que não odeio?! Não! Não! Não! Não! SIM! SIM! SIM! SIM!

Eu quero decidir mediado por alguém que me olhe nos olhos. Que não seja um Outro cheio de sondas numa sala de hospital. Que seja ao menos num bordel, mas sem gigolô. Não à morte do corpo. Não à morte do desejo. Não ao suicídio em conta gotas. Que todos possam decidir seu modo de viver e quiçá de morrer. E que essa decisão não seja de minha exclusividade mas que esteja à mão de todos. Na alegria! E na boa loucura! Que meu corpo se manifeste! E que mesmo na morte seja uma festa. E que ele, meu corpo, se manifeste. Que meus vermes me devorem na alegria e que roam meus ossos e se esbaldem na fartura.

Entre viver e morrer escolho a festa!





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