Para Andrea Fraga
1. distribuir os nervos em um corpo, incitar, estimular;
2. transmitir atividade ou capacidade motora a;
3. conceder nervos a;
4. efetuar nervuras em; difundir-se por (nervo)
(Etm. in+nervo+ar)
Temporalidade da iminência... a espera em estado de prontidão ... repetição de imagens.
Ato de abandono para que algo possa submergir, espaço escavado para que algo possa advir.
Existência enquanto esboço, inacabamento.
Micro fissuras, micro-movimentos, rupturas que re-desenham. Ranhura, intenção.
Estar na materialidade do presente. O que é estar preenchido?
“SOBRE A “NERVURA”
Na biologia, “nervura” se refere aos filamentos compostos por feixes de fibras que transportam os impulsos dos órgãos sensoriais ao sistema nervoso central e vice versa, possibilitando movimento e sensibilidade. Na botânica, a palavra “nervura” quer dizer filamento ou veio de folhas e pétalas por onde é transportada a seiva. Na zoologia, “nervura” se refere ao tubo córneo que, ramificado, sustenta a membrana das asas dos insetos. Na tipografia, “nervura” se refere à saliência transversal das lombadas dos livros encadernados. E, na arquitetura, “nervura” é o termo que designa a linha ou a moldura saliente que separa as arestas de uma abóbada, os lados das ranhuras ou os ângulos das pedras. A “nervura da ação” é, portanto, por definição gramatical, uma questão vegetal, animal, mineral, arquitetônica, gráfica, que envolve voo, suporte, transparência, curvatura, ângulo, moldura, ranhura, saliência, lombada, movimento, seiva, pétalas, veias, asas, órgãos, filamentos, córneas, membranas, sensibilidade, flores, fibras e livros. Ou, ainda, a “nervura da ação” é uma questão de misturas, de combinações minerais, vegetais e animais através de ações humanas em busca de compreensões corporais outras, de invenções psicofísicas muitas. A nervura diz respeito ao que há de seiva nas saliências transversais dos livros de arquitetura encadernados com pétalas de flores; a nervura diz respeito ao ângulo da pedra em que pousa um livro e suas asas vegetais; diz respeito à natureza córnea, transparente e aquosa das molduras cerebrais; ao feixe de fibras que transporta os impulsos das saliências através do nosso órgão tubular central; diz respeito às ranhuras das abóbadas sensoriais onde moram anjos e insetos; diz respeito aos movimentos sensíveis das folhas em dias de sol; a nervura diz respeito aos movimentos sensíveis das gentes diante de folhas flutuando, asas caindo e páginas amarelecendo e diz respeito, finalmente, às dobraduras e aos desdobramentos das palavras.” [FABIÃO, Eleonora - Corpo Cênico, Estado Cênico. Artigo na Revista Folhetim, do Teatro Pequeno Gesto, nº 17, mai-ago 2003]
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NERVURAS
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