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imagens me afetam como um coração pulsando na cabeça


Impressões do dia 26/03 (primeira deriva)

samples mais claros e investigação mais pontual ao longo do encontro, creio que possibilitados pelo maior tempo de aquecimento e concentração no início - fico contente de encontrar um sample adquirido em outros tempos e que volta em total sincronia com as pesquisas de agora.

olhar cada vez mais certeiro e honesto, em especial neste dia.


RUA - o encontro do sample com a rua não deveria ser performativo mas sinto que o meu foi em alguns momentos. Havia o desejo de encontrar olhares dos passantes, procurar o guarda, comunicar sobre o que era o meu sample...

entretanto, gostei de me sentir completamente um estranho chegando nas ruas, era a sensação de que ninguém me reconheceria, como se vestisse uma máscara.

Me vem muitas imagens das manas que performam quase diariamente nas ruas do centro, algo sexualizado mesmo, super interessante - essas imagens me afetam como um coração pulsando na cabeça, mas não como repertório, jamais chegando na no intuito de reproduzir.

Na rua sinto mais a imagem de um corpo fora do estado normal. Mais latente portanto o desejo de questionar certos padrões....


O QUE FAZ DESVIAR? O QUE PROVOCA O DESVIO?

me desvia da calçada, o que me chama atenção fora dela, ao mesmo tempo, me desvia da calçada saber que é o espaço padrão de fluxo de pedestres nas ruas.

me desvia da experiência, os colegas de sala que não gostaria de cruzar, para não atrapalhar (?), me desvia da experiência os passantes e moradores das casas pois quero cortar o desejo de performar aos seus olhos.


O QUE PROVOCA A PERMANÊNCIA?

o outdoor de venda de apartamentos em que subi, estar ali era estar em constante afronta com aquilo. uma corpa delicada, sutil, instável, de passagem, ativa, em frente ao outdoor apagado de um condomínio que sequer existe, era talvez uma forma de questionar aquela lógica, essa lógica. uma imagem bonita. nas imagens bonitas eu permaneço. no chão de pedras de onde será a construção desse condomínio, espaço amplo, pedras ruidosas, se moviam comigo. ventilei.

algo bonito em me acolher no carinho de certas plantas encontradas, apenas acolhimento.

permanecer sob uma árvore que oferecia seus ramos caídos - que não o sol, buscam o solo, o asfalto. brinquei, criança feliz, braços voando, as mão não eram mais nada.

a Lua me paralisou e também me fez permanecer.


O QUE ME POSSIBILITOU O TRANSITO ENTRE CORPO COTIDIANO E SAMPLE?

Procurava por esses estímulos externos que pudessem aparecer e me mover para outro estado, nem sempre conseguia. A familiaridade com a rua as vezes parece que facilita a vinda do sample, as vezes parece que dificulta por faltarem estímulos novos. Não sei se esperar por estímulos é um caminho bom, muitas vezes encontrava o sample fechando os olhos esperando que viesse de dentro e dos motivos pelos quais ele estaria na rua; o espaço público de fato é o maior potencializador de um dos motivos do mover do meu sample -


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