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reinventar a existência. Ninguém vai voltar para o armário.

Adriane De Luca . NCD + 16 mulheres e 1/2

04.02.19 | Perguntas I


1 - Podemos juntos encontrar outras saídas?

Precisamos. A saída é o pequeno levante, é não se expor à maneira antiga. A invisibilidade das raízes rompendo o asfalto. Nunca entregar. A vitória só vem quando a gente se dá por perdida e não quando o outro (acha que) ganhou. Nem que nos arranque à força. Enquanto não desistirmos não houve derrota. Não temos que sair da situação, temos que reinventar a existência. Ninguém vai voltar para o armário.


2 - Como sair do estado de apatia e resistir (r)existir por meio da ironia e do deboche?

Sempre acho que os medíocres não entendem ironia. Hoje em dia é importante avisar que se está sendo irônica. Para o deboche é só não avisar e ficar observando o povo cair na sua. Apatia é o oposto do humor. O que não vai pelo amor, não precisa ir pela dor. Para alguns vai precisar, mas foram ele que escolheram. Não conte comigo para assistir à dor de forma apática. O que não atinjo pelo amor, me curo no humor.


3 - Como captar do outro o que é pura intensidade?

Levar ao limite. Pela velocidade, pela repetição, pela exaustão. Intensidade não é intenção. Tanto faz a origem, tanto faz o fim. Os meios dão a intensidade. Captar, cativo, cativeiro, captura.


4 - Como se permitir ser tomado pela força de uma ação, criando uma espécie de transe em êxtase com o outro?

Entrega. Desliga o juiz. Fecha o olho, se preciso. Mas de preferência não. Não precisa que o outro seja mais forte. É só esvaziar. Estar pronto para receber. Não dar nada. Dar-se. Êxtase é algo que se constrói. Pela intensidade. Sai da frente. Entrega.

5 - Como fazer do corpo festa?

Prazer. O corpo como território do prazer. Menos saber, mais sabor. Portugueses usam a palavra saber como verbo de sabor. 'Sabe-me tão bem!' Festa é quando todas as células se envolvem com a mesma intensidade numa mesma ação. Tempo de presença. Nada me distrai. Celebrar a vida, alegria, desfrute, plenitude, festa!


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