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Experiência deriva, fala em fluxo, sem intenção, de mãos dadas

04.02.19 |

Tentar adaptar o corpo de 4 corpos aos espaços estreitos Quem fica no(s) meio(s) não tem a mesma condição de questionar caminhos pelo movimento do corpo. Precisa sugerir pela palavra. É fácil encontrar pretextos em tudo o que vejo para discorrer sem intenção. Um assunto chama o outro (como em improvisação) fora todos os estímulos que a rua traz, casas, fachadas, pessoas, plantas, carros, bichos, calçada. É como se a cada segundo viesse um assunto. Tantos que fomos interrompidas mais de uma vez por alguém que viu outra coisa interessante ao mesmo tempo. Encontrar o abacate foi o ponto forte. Lembrar de olhar para cima. Olhamos pouco para cima, normalmente. Nessa experiência não olhamos. Perceber que demos a volta na quadra para mim já era esperado, pela tendência da ponta puxar, que já falei. A hora de descer na lama achei que iria escorregar pois não estava de tênis. Também senti isso quando a Estelinha puxou o grupo para correr na praça. Senti falta de pararmos em fila em algum lugar. Pausa do movimento, pausa da fala. Só a experiência de estarmos de mãos dadas já tinha muito movimento. Também reparei mais nos cheiros do que o normal. Eucalipto, terra, não só. Será que foi a chuva que trouxe os cheiros mais acentuados? As mãos em posição de dar ou receber... Eu tinha reparado nisso antes da Fabi chamar a atenção para o encaixe. Não passou nenhuma moto. Teve caminhão betoneira. Não lembro de semáforo. Ninguém nos abordou. A cidade parecia estranhamente tranquila. Mesmo na casa dos “desequilibrados”, tudo era silêncio.

Como falamos de sonhos, pensei em filmes. Fico pensando o que está acontecendo dentro das casas. Fico projetando roteiros de acontecimentos das vidas. Fico imaginando possíveis intervenções urbanas de performance. Menos política, mais filosófica. Lúdica, questionadora, beleza, poesia.


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