01/04 – registro do primeiro dia de morte.
Após o nosso carnaval e a pergunta sem resposta do que é corpo deboche. Agora o corpo como transe, como trânsito, poderemos então nos apoiarmos em elementos externos que facilitem a fisicalidade do transe.
Esse primeiro contato com a morte que já encontrou o meu corpo quase morto de gripe e sono. Preparamos nosso corpo para a morte eu senti algo gracioso nisso, nada muito leve nem pesado, mas gracioso, importante, exuberante. Eu tenho a chance de preparar meu próprio enterro e todas minhas complexidades com ele, finalmente pronto para saltitar em poeira cósmica. Escada, folhas secas que eram flores lindas na minha dramaturgia, um casaco grande, panos e vestido grosso.
Sentemos em cima da escada e descasquemos as folhas sob meu corpo. Cantamos a voz rouca ultima que sai do fim dos sentidos e órgãos, e nos retiramos, deixando a obra movimento caixão.
Tudo isso depois de assistirmos cabeças que se inclinavam sob seus precipícios, abismos, medos, buscando pelo tudo, por uma saída? Entrega espasmo olhos virados, controle aqui e ali mas entrega boa de se ver. Eu não participei já havia morrido. Que bom ver fissuras e a busca nelas. Golfinhos que vomitam! Ventania, gorfo. A fumaça dos dias apáticos, sem cor, sem nome, sem lugar, sem cheiro. Trazendo o novo que eu odeio e amo. Cabelos sexo diabo, desejo por desejar sem objetos, ou atritos. Furacões que só a vertigem libidinosa grita mais alto. Gravidade suga a cabeça.
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