ATO I - DESMORONAR-RECUPERAR “travessias”
condução: Maira
espaço: ruas - do Espaço até a estação Sumaré do Metrô.
questões norteadoras: Como reajo frente a um obstáculo inexorável? Como sobreviver a um contundente golpe? Como ressurgir/reconstruir após esse evento?
movimento 1 - 10 minutos
Caminhar do Espaço (pela rua Amália de Noronha) em direção ao metrô Sumaré (entrada da rua Oscar Freire). Nesse caminho, ir experimentando o corpo na cidade, lentamente, como reajo/enfrento obstáculos, como desmonto e me recupero.
Nesse percurso a ideia é experimentar maneiras de cair e de se levantar frente aos obstáculos encontrados. Questões orientadoras: Como caio/desmonto? Como me levanto? O que me ajuda a prosseguir?
Regra balizadora: deparar-se com alguém no sentido oposto ao meu me faz cair/pausar/quebrar. Mas você também pode eleger um obstáculo que te faz cair. Observar como a é queda na sala e a queda na rua, as diferenças no corpo.
movimento 2 - 10 minutos
No entorno da estação Sumaré (calçada da Oscar Freire), o objetivo é realizar a travessia para o outro lado pela passagem de pedestres e subir até alcançar a av. Sumaré: caminhando, correndo e/ou dançando. Agora a ideia é intensificar as quedas/recuperações e poder dançar e correr, além de caminhar.
Ter em mente as mesmas questões orientadoras (como caio/desmonto? Como me levanto? O que me ajuda a prosseguir?) e a regra balizadora, mas agora acrescentar que quando alguém cai (frente a um obstáculo) todos caem também.
ATO II - TRANSBORDAR
condução: Olívia
espaço: Ilha no meio das avenidas da sumaré
movimento 1 - 5 minutos
O que te incomoda em si mesmo? O que você gostaria de mudar em você mas não consegue? Em que você se sente impotente ou estagnado?
Você inicia em pausa, o movimento nasce de um vetor dos pés para o centro da terra que gera resistência e tônus em todo o corpo.
Você só pode se mover lentamente e com resistência.
movimento 2 - 5 minutos
Como romper com a impotência?
Continue um movimento com tonûs alto, mas em qualquer velocidade.
Grite essa sensação para o mundo, para quem passa, para os carros ou grite esse incômodo para si mesmo. Este grito não pode ter som. A qualquer momento sua criança interna pode rir, gargalhar, de você mesmo e de sua dor, também sem som. Gritar, gargalhar, sem som.
movimento 3 - 10 minutos
Como transformar? Como rasgar? Como renascer? Como transbordar sua potência?
Você pode se mover da forma como quiser, na velocidade e tônus que quiser.
ATO III - RECONSTRUIR - apropriação 'poiética' do viaduto Sumaré -
condução: Clarissa
espaço: calçada oeste do viaduto. local de onde as pessoas costumam se instalar para descer de rapel, voar no espaço, apropriar-se livremente da cidade com corpos pulsantes, vivos! (Mas os que se creem donos da cidade não a querem livre, abafam sua potência, proíbem seus usos diferenciados…)
Gostaria de ocupar este lugar com corpos dançantes e com as palavras que surgirem de nossos corpos a partir destas vivências.
movimento 1 - 3 minutos
no início, todos juntos e próximos, num trecho da calçada do viaduto. caminhamos no espaço como uma pequena 'multidão'. retomar o 'jogo dos desvios' do aquecimento: 'meus pés me levam - mas a cada momento que encontro alguém, eles mudam de direção. sempre desvio, sempre, sempre. a cada encontro, um desvio. Um nó de pessoas. desvãos.
movimento 2 - 5 minutos
para onde a cidade me leva?
estou no alto do viaduto, no meio de um grande vale - voando, a cidade me faz flutuar no alto de um vale. meu corpo é voo do viaduto e é peso acima do vale.
A partir de um sinal, libera-se o uso do espaço de toda a calçada do viaduto, e então é o corpo de articulações que 'manda'... Quando eu encontro alguém, minhas articulações tomam o rumo que elas quiserem. minhas articulações ganham 'vida própria' assim que encontro outro corpo.
posso mudar de plano, cair, continuar caminhando, dobrar, abraçar, correr...
o que as articulações mandarem!
movimento 3 - 12 minutos
A poesia e a cidade.
Serão falados em voz alta trechos de textos, palavras, frases - para a cidade, para o grupo, em meio à vcs.
Aos poucos, quem quiser pode falar/gritar/sussurrar, repetindo partes ou trechos dessas mesmas frases, ou outras que venham na cabeça.
Se vier a vontade de trazer uma frase, texto ou palavra a partir do corpo, lance-a!!
Buscar se conectar com o grupo, ouvir o que os outros estão fazendo/dizendo, mesmo quando as frases acontecerem simultaneamente.
Tentando compor, com o grupo, um só corpo de poesia-dança-urbana.
Usufruir deste local, deste espaço, dessa possibilidade.
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