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ESCUTAR O SILÊNCIO

módulo 1

"Escutar o Silêncio” é o primeiro módulo do grupo de estudos 16 mulheres e ½ +, conduzido por Maristela Estrela e Mariana Sucupira, co-diretoras do Núcleo Cinematográfico de Dança, que tem como princípio a investigação artística do cruzamento entre as linguagens da dança e performance, por meio de práticas coreo-performativas, criação, escuta e fabulação.


Inspirado na imagem da pororoca — palavra de origem tupi (pororoka), que significa estrondo, explosão, ato de rebentar, é o fenômeno natural de encontro da força das correntes fluviais com a força das marés das águas oceânicas, criando uma onda poderosa   o grupo move-se como um laboratório de práticas individuais e coletivas, como possibilidade de encontro entre modos de criação e produção de subjetividades. Como um espaço de partilha, troca de experiências e saberes que compõem, arranjam, agregam e articulam uma espécie de outramento de si. Propomos aqui celebrar um diálogo artístico, um enlace entre pensamento e prática entre as gentes que vêm compor com as forças, matérias, afetos, fluxos e linguagens afins. Aqui, certas margens se desfazem para se refazerem, em contínuo fluxo, se sobrepondo e se diferenciando. 


Escutar o silêncio

Antes da onda, a contenção. Antes do estrondo, a afluência.

Silêncio não como vácuo, mas como uma espécie de fundo latente das coisas — o prenúncio de algo por vir. Inspiradas pelo instante que antecede a pororoca, propomos habitar o tempo da suspensão, de uma escuta profunda, daquilo que ainda não se formou.

Escutar como prática radical: estar com, sem urgência. Afinar-se ao ambiente, ao outro, ao corpo em latência.

O módulo 1 se estrutura em três ciclos:


1. Escutar a Nascente

Práticas sensoriais e coreo-performativas voltadas à escuta do corpo e do entorno. Convite à pausa, à atenção às pequenas percepções, ao ínfimo, ao tempo dilatado, ao que ainda não tem forma. Silêncio  como verbo. Silêncio  como corpo,  silêncio  como  gesto. Silêncio como estado e disponibilidade para o quase-movimento, o micro-gesto, a respiração profunda. Escuta como forma de afinar a percepção do presente e criar condições para o que é latente, dando vazão à necessidade de se pensar territórios possíveis, onde estes corpos possam se avizinhar, deslocar e se aconchegar.



2. Foz 

Escritas, células ou partituras de movimento e gestos de fricção entre arquivos, linguagens e presenças. Investigaremos o espaço intermediário, esse entre que pulsa na instabilidade dos encontros.Como renovar a energia entre dois corpos? Como acolher contradições no corpo e pensar o híbrido como potência?Espessuras sensíveis a serem somadas, subtraídas, tensionadas. Um processo de justaposição e sobreposição de camadas que se renovam ou se dissolvem, em acontecimento dinâmico.

 


3. Borrar as Margens - Nada Está Pronto

A instabilidade é condição da invenção.Essa etapa se abre à transposição de materiais levantados nas etapas anteriores para suportes e linguagens diversos.Como preservar, borrar, atualizar ou sintetizar aquilo que emergiu? Como reorganizar fragmentos, imagens e registros em novas composições? Mergulhar para refazer as margens.  Ações que deslocam sentidos, transformam paisagens e geram novos campos de escuta.

Ações

  • Práticas de presença e escuta

    Práticas corporais com abertura para a contaminação entre corpos e linguagens, ativando o corpo sensível, político e relacional.


  • Linha de Maré

    Reativação de registros (ensaios, anotações, vídeos) transcriados ou ficcionalizados entre diferentes meios e suportes.


  • Horizonte

    Dispositivos de escrita, desenho e composição coletiva para imaginar mundos, corpos e danças por vir.


  • Ações de Descabimento

    Proposições que desestabilizam a lógica, abrindo espaço ao imprevisto. Observação ativa, escuta atravessada, jogo de desafiar-se mutuamente.

QUANDO

De 05/06 à 28/08

Quintas-feiras das 10:00 às 13:00 

ONDE

Espaço Viver - Rua Conselheiro Brotero, 182

Funarte SP- Alameda Nothmann, 1058 

Participantes


Serão selecionadas até 20 pessoas. Daremos prioridade a minorias sociais e identitárias: negros, indígenas, LGBTQIA+, moradores das regiões periféricas. Serão oferecidas até 4 bolsas/ ajudas de custo mensais (R$400,00), exclusivamente, para selecionades que residam nas regiões periféricas da cidade de São Paulo. As bolsas serão dadas por ordem de inscrição.


Os artistas que comporão o grupo transitarão por entre práticas corporais, leituras, reflexões, escritas, performances e fabulações. A seleção buscará compor um coletivo múltiplo em perspectivas, experiências e imaginários, mas que tenham experiência em práticas artísticas corporais.


Por se tratar de um processo contínuo de três meses, com encontros semanais, espera-se dos participantes disponibilidade para desenvolver ações e investigações também fora dos encontros presenciais, como elaboração de práticas, escrita de enunciados e colaboração na criação de dispositivos performativos — individuais e/ou coletivos.



Dúvidas? Escreva para contato@cinedanca.com

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